Protetora de animais do RS que fez 500 resgates durante enchentes é uma das vítimas de casal preso no CE por golpe do PIX
13/06/2024
(Foto: Reprodução) Polícia Civil gaúcha viajou até Fortaleza para prender dupla suspeita de ter criado 235 chaves enganosas, semelhantes às verdadeiras divulgadas por protetoras da causa animal. Casal de atores é suspeito de aplicar golpe nas enchente no RS
Uma protetora dos animais do Rio Grande do Sul está entre as vítimas do casal preso nesta quinta-feira (13) em Fortaleza, investigado por um golpe que desviava doações via PIX destinadas às pessoas atingidas pelas enchentes. Paola Saldivia fez 500 resgates de cães, gatos, porcos e até coelhos.
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O golpe consistia em criar contas de PIX semelhantes ao usado pela voluntária para arrecadar os recursos. Com pequenas modificações, o dinheiro acabava indo para contas abertas pelos golpistas. Veja mais detalhes do golpe abaixo.
"Eles fazem um erro minúsculo, de trocar uma letra do nome ou o final ali do nome da pessoa por uma letra ou um número. Eles conseguem ficar bem parecido com a chave original", lamentou a defensora da causa animal.
O esquema foi revelado nesta quinta-feira (13) em operação da Polícia Civil. Um ator e uma influenciadora, ambos de 50 anos, foram presos em Fortaleza, no Ceará. Eles são suspeitos de serem responsáveis pelas fraudes.
Conforme as investigações da Polícia Civil do RS, José Aldanísio e Regina Jorge criaram 235 chaves PIX distintas para fraudar diversas campanhas de arrecadação de donativos.
"Esse casal se utilizava de documentos falsos em nome de um casal verdadeiro, também na cidade de Fortaleza, e, a partir daí, abriam essas contas em bancos para receber o dinheiro dessas campanhas de arrecadação para a enchente no Rio Grande do Sul", disse o delegado João Vitor Heredia.
Protetora dos animais Paola Saldivia foi vítima de golpe do pix
Reprodução/RBS TV
O casal alegou à polícia que praticou os atos por conta de dificuldades financeiras. As autoridades ainda não têm um levantamento do valor que teria sido desviado pela dupla.
"Algumas coisas que nos inferem que, de fato, eles praticaram esse crime para fins de arrecadar dinheiro", falou o delegado.
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Como funcionava a fraude
De acordo com a polícia, o casal agia da seguinte forma:
eles criavam contas bancárias com documentos falsos;
em seguida, procuravam nas redes sociais campanhas que realmente tinham finalidade de arrecadar dinheiro para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul;
com as contas falsas, eles criavam centenas de chaves Pix;
depois, o casal divulgava campanhas de doações reais, mas alterando a chave Pix para que o dinheiro caísse na conta deles.
Normalmente, os suspeitos alteravam apenas um dígito da chave verdadeira, induzindo os doadores ao erro para desviar os valores de contribuições quando as vítimas se equivocassem em algum dos dígitos.
Operação
Polícia prende suspeitos de desviar doações para atingidos pela seca no Rio Grande do Sul
Divulgação
A ação, que contou com apoio operacional da Polícia Civil do Ceará, faz parte de mais uma fase da Operação Dilúvio Moral, que tem o objetivo de reprimir práticas criminosas virtuais que se utilizem da atual situação do Rio Grande do Sul, com o fim de obter vantagens de qualquer natureza.
Até o momento, o grupo de Delegados e Agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) já analisou mais de 60 casos. Destes, cerca de 70% já foram concluídos, resultando na instauração de mais de 30 inquéritos, além de investigações em andamento a fim de responsabilizar os identificados.
Dentre os casos analisados, preliminarmente já foi possível a retirada do ar de 71 páginas, contas e publicações criminosas, criadas com o fim exclusivo de induzir a erro a população em geral, o que impediu um enriquecimento ilícito de dezenas de milhares de reais.
As enchentes do RS deixaram 175 mortes, segundo a Defesa Civil. São 38 desaparecidos, mais de 800 feridos e cerca de 440 mil pessoas fora de casa, somando quem está em abrigos e quem está desalojado, ou seja, está na casa de parentes ou amigos.
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